Querido amigo, Sandro!Vou te contar o que aconteceu comigo e, se for possível, publique no seu blog. Hoje cedo, no ônibus, sentei-me no banco em frente a dois senhores na faixa dos 70 anos. A conversa dos dois foi me interessando e, ao ouvi-los, fiz uma viagem a um passado que, infelizmente, não conheci. Mesmo assim, a riqueza de detalhes que eles relatavam, me fez imaginar uma cidade humanizada.
O tema principal era a segurança, ou a falta dela, que vivemos atualmente. Eles lembravam uma época que as praças eram limpas, com chafarizes, jardins floridos, bancos bem cuidados, iluminadas e vigiadas permanentemente por policiais, onde a depredação do patrimônio de uso social não havia, onde casais enamorados passeavam alegremente e as crianças corriam livres.
A conversa fluiu para o trânsito e, os saudosos velhinhos, comentavam da época em que poucos automóveis circulavam pelas ruas com respeito a pedestres e ciclistas. Acidentes de trânsito era uma tragédia, na medida em que não eram comuns. E, eles lembravam que a ocupação dos assentos nos coletivos obedecia, naturalmente, uma hierarquia: prioridade para idosos, gestantes, ou senhoras com crianças no colo, depois vinha a prioridade às mulheres e, se sobrasse lugar, os homens e, finalmente os jovens.
Brigas em bailes aconteciam, diziam eles, mas era de soco. “Hoje em dia, se olhar atravessado a bala come”, lamentou um dos senhores. “A vida não vale mais nada”, concordou o outro. E a polícia, onde está? Eles também comentaram. Trata-se de uma polícia mal estruturada e mal preparada. Além de ganhar mal.
O meu ponto de desembarque chegou, mas fiquei pensando sobre aquela conversa. Será que é preciso voltar ao passado para termos uma cidade mais humana? Não. Não é possível que tenhamos que nos conformar. O mundo anda pra frente e a sociedade tem que evoluir, mas os poderes públicos precisam lembrar que a evolução não transforma as pessoas em máquinas, sem sentimentos.
Por isso, é preciso resgatar a humanidade nas cidades, investir no ser humano, à partir das nossas crianças, construindo adultos com dignidade, alimentação, educação, saúde, esporte, lazer, trabalho. Eu acredito nisso! Eu quero ajudar a fazer diferente!
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