quarta-feira, 14 de maio de 2008

“Meu coração tem catedrais imensas, templos de priscas e remotas eras”

Estava perambulando pela internet e encontrei uma entrevista com Paulo Santana na Revista Press Advertising que me chamou a atenção. Resolvi destacar um trecho dessa entrevista, do Santana boêmio, amante do samba e um homem que fala do amor.

Press Advertising: Vamos falar um pouco dos teus amores, vida boêmia. Você amou demais, seu coração se alargou demais?

Paulo Santana: O “meu coração tem catedrais imensas, templos de priscas e remotas eras” (poema Última Visio, de Augusto dos Anjos). Eu sou uma pessoa dada à paixão, dado ao amor. Eu amo os animais! Eu nasci para amar, o meu coração tem portões largos de entrada. Não saberia dizer se eu amo mais o Grêmio, ou amo mais as mulheres que me amaram... sei lá. O fato é que a gente sempre está onde não está a felicidade. Como diz um poeta, a felicidade está num lugar e nós botamos a nossa vida no outro. A felicidade está sempre onde a pomos, mas nós nunca a pomos onde estamos.

Press Advertising: Quer dizer, você não consegue se relacionar com as coisas sem paixão?

Paulo Santana: Eu vou dar para vocês um quase furo, se não for furo. Nos últimos 30 dias, eu estou num processo de conversão. Eu estou me aproximando de Deus através de uma religião. Estou achando que tenho que passar os últimos dias da minha vida, e falta pouco, nos braços de Deus, ao lado do Senhor. Estou achando que o homem só encontra a felicidade na face da Terra quando é crente em Deus. E quando se submete a Deus e quando é obediente a Deus e quando entrega a Deus o seu destino. Eu até agora procurei forjar o meu destino. Daqui por diante eu vou entregar a Deus. Quero que ele me chame para, na Eternidade, ficar sentado na sua mão direita.


Press Advertising: Antes, você falou em reencarnação, agora em busca de Deus. Esta é a chave da coisa?

Paulo Santana: Dizem os filósofos que nós queremos saber quem somos, para onde vamos, qual a nossa origem. Dizem os filósofos que o maior dever do homem na Terra é buscar a felicidade. E eu refutei os filósofos. Eu disse: “Não, pois se vocês mesmos nos ensinaram que a felicidade é efêmera e não existe permanentemente, então não é a busca da felicidade a maior meta do homem na Terra”. A maior meta do homem na Terra, filósofos, permiti que eu ouse discordar de vós, é a busca possível, isto é, de ser menos infeliz. Isto é, nós temos na Terra o dever de ser menos infelizes, e não de ser felizes.

Bom né? Fora o seu amor pelo Grêmio, é claro!

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